quinta-feira, 3 de maio de 2007

Agricultura em Portugal...

Ainda esta semana, em mais uma conversa de café, comentei o quanto lamentava que a maioria das pessoas que conheço achasse que a agricultura em Portugal já não existe. Não é difícil encontrar quem fique pasmado quando digo que estudo Agronomia! E pela maioria das expressões, sei sempre que a pergunta seguinte é:" Mas isso tem futuro?! Achas que vais conseguir arranjar emprego?".
Pois bem, para quem não se encontra na área talvez pareça que a agricultura em Portugal já deu o q tinha a dar... Mas eu não colaboro minimamente com esta ideia! É certo que existem grandes falhas na nossa agricultura, não é uma actividade que se encontra em plena expansão, não traz uma riqueza enorme ao País e de facto oferece cada vez menos postos de trabalho. Mas a agricultura em Portugal existe! E pode e deve ser incentivada! Eu pelo menos acredito nisso...
E qual não é o meu espanto, quando hoje, ao folhear o "Jornal de Oeiras", encontro um artigo que expressa muito daquilo que penso e que por isso mesmo decidi aqui citar algumas partes desse mesmo texto:

"A agricultura em Portugal desapareceu, já não existe", foi manchete num jornal e o título duma extensa entrevista com o antigo Ministro da Agricultura Arlindo Cunha. Como está entre aspas, tanto na primeira página como no título da entrevista, qualquer leitor fica a pensar que é da responsabilidade do entrevistado (...) Tendo o entrevistador perguntado como avaliava a politica agrícola deste governo, a resposta foi: "de forma muito negativa. A agricultura em Portugal parece que já desapareceu e não existe, a avaliar pelo discurso político do governo". Na realidade, como se vê, o entrevistado não disse exactamente o que vem em manchete. Apesar de todos os enormes ataques a que tem estado sujeita (...) continua a existir agricultura em Portugal e com mais significado do que os nossos economistas insistem em atribuir-lhe (...). Basta passear por Portugal para ver que, em todos os sectores da agricultura ainda há alguma actividade significativa, da horticultura à pecuária, da viticultura à floresta e da pomologia à jardinagem. É verdade que não tem a qualidade e amplitude que podia e devia ter (...).
O que todos os portugueses deviam lembrar-se é que não são apenas os agricultores a pagar este descalabro. Quando vão ao supermercado e ali encontram batatas, cebolas, (...), vindas às vezes de bem distantes terras, deviam pensar o que isso representa na economia portuguesa. Com a destruição da agricultura sofrem o PIB, a inflação, o défice orçamental, o desemprego e a balança comercial. (...) muito mais simples é não ter de importar aqueles produtos que devíamos ser capazes de produzir, como os que acima referi e que bem podíamos exportar em grande quantidade.

Texto do Professor Catedrático jubilado Miguel Mota "In Jornal de Oeiras"

2 comentários:

Vera F. disse...

Mas será que sou a única a comentar este blog???


Não podia concordar mais com o tema desta semana (sim, já se tornou um blog semanal, mas antes isso que nada!)!
como é impressionante a ignorância das pessoas em relação à agricultura em Portugal... e, a meu ver, inadmissível!
Estou já estou convencida que a maioria dos portugueses começa por não passear em PORTUGAL, prefere ir para o estrangeiro, como já ouvi pessoas a gabarem-se de que foram à Turquia e viram por lá uns pomares de cerejeira a perder de vista, uma coisa incrível... pois bem, temos de convir que cá em PORTUGAL nas zonas aptas a isso também existem pomares de cerejeiras a perder de vista, talvez não sejam tão grandes pois não chegam para o consumismo dos Portugueses, e ainda temos de importar umas cerejas porque na sua devida época, as nossas não chegam, mas que elas existem cá, isso é um facto...

Também pode ser outro mal, é que as pessoas até podem passear por Portugal, as que dizem que passeiam, eu até acredito, mas sofremos do mal de passear com os olhos fechados e ou não vimos campos semeados de arvenses e plantados com vinha, olival, pomares de pêras, maçãs, amendoeiras e citrinos a perder de vista... sem falar das hortícolas ou das flores que se encontram em estufas (aí até posso dar um descontinho!), ou então é ainda pior, outra vez a ignorância que olha, até vê mas depois não sabe o que é e não se questiona do que será aquilo, não vai à procura e passa à frente!

Defenderemos sempre que cá isto tá muito mau, cada vez pior, todos nos endividamos e vejam lá... NEM SEQUER HÁ AGRICULTURA NESTE 3.º MUNDO!!!

Beijinhos Sara! Qualquer dia mando umas fotografias para o teu blog das culturas de girassol, beterraba, olival e vinha, melão, meloa, tomate e melância! Vejo-as quase todos os dias e ainda tenho a sorte de trabalhar com elas! Claro, eu não trabalho em Lisboa, obviamente; mas não se pode ter tudo, :p

SARA TEIXEIRA disse...

Vera, és sem dúvida a participante mais activa deste blog!!O que eu agradeço muito porque gosto sempre de ouvir tua opinião!:)
Mas gostava de fazer apenas dois reparos ao teu comentário:
1º O meu blog não é semanal e também nunca esperei que pudesse ser diário...Tento apenas manter algum dinamismo e novidade consoante as ideias me vão surgindo e o tempo me permite!:) Mas prefiro não me comprometer com rotinas porque nem sempre a minha dsponibilidade me deixa! No entanto, como o faço por gosto, sempre que posso publico coisas novas!
2º És a participante mais activa e provavelmente a primeira a comentar os novos posts! Mas se deres uma olhadela, existem outros comentários! Eles vão aparecendo!;) E eu cá estou à espera, contente e sempre com muita vontade de os receber!!É isso que eu pretendo! A partilha de opiniões e informações! Mas para mim já é bom que apenas visitem!e que voltem!:)

Quanto às fotos, fico á espera! Toda a informação que queiras partilhar é muito bem-vinda!

beijinhos Vera! E obrigada pelo dinamismo com que também contribuis!:)