domingo, 20 de janeiro de 2008

Sara & Vera lançam desafio: O Milagre das Rosas!

Novo ano é sempre sinal de mudanças e nós viemos inovar um pouco o blog, e dizemos inovar porque desta vez escrevemos um post juntas! E ainda, associámos a História de Portugal (que a Sara tanto gosta) às flores …

Dentro desta temática, gostaríamos de chamar a atenção para o Milagre das Rosas, célebre estória da nossa História passada em fins de século XIII e início do século XIV.

“D. Isabel, filha do rei de Aragão, a mais popular Rainha de Portugal, é talvez mais conhecida como Rainha Santa Isabel, santa de muitos altares por esse país fora, lendária pelos milagres que o povo lhe atribui. Entre eles, o célebre milagre das rosas.

Casou-se por procuração com o soberano português
D. Dinis em Barcelona, aos 11 de Fevereiro de 1288 (…), rei e poeta a quem Portugal deve grandes iniciativas, como a de plantar um enorme pinhal, conhecido como o «pinhal de Leiria», na zona da costa entre Coimbra e Leiria, com o fim de impedir o avanço das areias da costa marítima.
D. Isabel parece ter sido muito piedosa e passou grande parte do seu tempo em oração e a ajudar os pobres: alimentava-os, vestia-os, tratava-os de doenças e socorria os mais necessitados (…).

D. Isabel era uma rainha da PAZ. (…) Naqueles tempos de guerra e de lutas ferozes, D. Isabel promoveu sempre a paz, facilitou as relações com Aragão (reino espanhol). Do seu casamento nasceram dois filhos: Constança e Afonso IV. Mas D. Dinis também teve filhos de outra mulher. Ora, na
década de 1320, o seu filho e herdeiro, Afonso IV de Portugal, que poderia não ser rei em favor do filho que o rei Dinis teve de outra mulher, também chamado Afonso, declarou abertamente a guerra a seu pai, chegando-se quase à luta na peleja de Alvalade. No entanto, a intervenção da rainha D. Isabel conseguiu acalmar e serenar todos e a paz voltou a reinar evitando-se uma batalha.
O milagre das rosas aconteceu numa época em que, na corte, havia quem achasse que a rainha gastava muito dinheiro e bens, e fosse intrigar junto do rei contra essas acções de ajuda aos pobres e necessitados que D. Isabel fazia. Então D. Dinis proibiu a rainha de continuar a distribuir dinheiro e esmolas pelos pobres.
Um dia, avisado por um homem do Paço que, no dia seguinte, contrariando as ordens reais, a Rainha D. Isabel sairia com ouro e prata para distribuir pelos pobres, D. Dinis, irritado, resolveu imediatamente que iria surpreender a Rainha quando ela fosse sair com o seu carregamento de esmolas.
Na manhã seguinte, uma fria manhã de Janeiro, quando as rosas ainda não estão em flor, estava D. Isabel com as aias no jardim, com o manto cheio de moedas para dar aos pobres, e já caminhava apressada, quando apareceu El-Rei. Saudaram-se e D. Dinis perguntou:
- Aonde ides tão cedo, Senhora Rainha?

- Enfeitar os altares do Convento de Santa Cruz, meu Real Senhor!

- E que levais aí no regaço, minha rainha?

A rainha corou. Não tinha saída. O rei ia descobrir tudo. Mas resolveu arriscar uma mentirita.
- São rosas, real Senhor!
- Rosas, em Janeiro?! – gritou enraivecido D. Dinis. – Rosas em Janeiro?! Quereis, sem dúvida, enganar-me!
- Senhor, a Rainha de Portugal não mente!
E, largando a ponta do manto, todos viram cair, no local onde sabiam só haver moedas, uma chuva belíssima de rosas brancas, frescas, que tombaram no chão e espalharam pelo ar o seu perfume doce e suave.

A rainha mandou construir, em Coimbra, o convento da Santa Clara e, depois da morte do marido D. Dinis, foi viver junto do Convento, na Quinta das Lágrimas. Viveu pobre.
Foi reconhecida como santa, Rainha Santa Isabel, santa de muitos altares por esse país fora, lendária pelos milagres que o povo lhe atribui.”



Os restos mortais da rainha encontram-se no mosteiro de Santa-Clara-a-Nova em Coimbra. Este é um mosteiro com uma vista lindíssima sobre a cidade de Coimbra, a qual tivemos a oportunidade de visitar no nosso passeio pelo Centro-Norte do país.
Mas chega de acontecimentos históricos…
Na história do milagre o rei perguntou-lhe se a rainha o estava a enganar, pois em Janeiro não havia rosas… Será mesmo verdade?




A PERGUNTA É: SERÁ QUE NÃO HÁ MESMO ROSAS EM JANEIRO?




Vamos aqui lançar o primeiro desafio de 2008… Gostaríamos de saber se o pessoal anda com os olhos bem abertos e por ser Janeiro, não poderia vir mais a calhar… O DESAFIO É ENVIAR FOTOS DE ROSAS TIRADAS NO MÊS de Janeiro PARA COLOCAR NO BLOG… e assim tentar deitar por terra a ideia de que D. Dinis entendia algo sobre jardinagem!
Para além disso, neste texto aqui transcrito fala-se que a rainha levava moedas para os pobres. Mas há também quem diga que era pão. Em que ficamos afinal? O que é que se transformou em rosas...?




Ficamos à aguardar…




P.S. Não estão a valer fotos de estufas… essas não existiam na altura e não comprovam a falta de conhecimento do Rei.




Convento de Santa-Clara-a-Nova (Fotos: Sara & Vera)







1 comentário:

Vera F. disse...

Passo a explicar que a 2.ª foto apanhou uma Araucaria e uns plátanos porque na altura não estivémos tão interessadas na estátua da rainha D. Isabel (da qual só se vê a parte inferior da estátua)... mas o interesse era mais botânico! Lol! Bj e espero que participem!