sábado, 12 de maio de 2007

Choupos em Oeiras

Esta semana presenciei um fenómeno interessante no famoso "sobe e desce"! Para quem não sabe, é a recta que liga o centro histórico de Oeiras à zona de Nova Oeiras, recta limitada do lado direito pela EAN e do lado esquerdo, pelos Jardins do Palácio do Marquês de Pombal.
Mas como estava a dizer, fui testemunha de uma visão no mínimo curiosa! Esteve a semana toda a "chover" algodão!!!
Pois é...Parece que estou a dizer um disparate ou que estive com alucinações, mas quem por ali passou sabe que não estou a mentir! Perante tal cenário, pus-me a observar e deduzi que fosse qualquer espécie na fase da libertação/dispersão de sementes. Mas qual espécie e de onde vinha ao certo?!
Tendo em conta a quantidade que pairava no ar só poderia ser de vários exemplares e provavelmente de tamanho elevado! Depois de uma observação mais atenta à flora existente naquele local, deduzi que o "algodão" só podia provir dos famosos CHOUPOS que se encontram nos Jardins do Palácio do Marquês de Pombal.
Nas minhas pesquisas posteriores, verifiquei que, apesar de ter sido incomodativa aquela "chuva" todos os dias aqui em Oeiras, parece que no Porto este “problema” já tem sido bastante falado (http://jn.sapo.pt/2005/05/12/grande_porto/choupos_largam_nuvem_sementes.html).

Mas afinal o que podemos dizer destas espécies?

Os choupos pertencem ao género Populus spp., existindo aproximadamente cerca de 30 espécies.
Pertencem à classe das angiospérmicas e são monóicas, isto é, as flores masculinas e femininas nascem em amentilhos separados mas na mesma árvore. O sistema radicular desenvolve-se muito rapidamente tornando-se bastante invasivo, o que pode causar problemas de estabilidade a nível de estruturas de habitação, canalizações, arruamentos, etc.
Possui folha caduca, que apresenta uma beleza invulgar visto a página inferior apresentar por vezes uma coloração prateada. Na floração desenvolve uma “cápsula” sedosa que envolve a semente e que é nada mais, nada menos, a causadora desta "chuva de algodão". São árvores que dão origem a madeiras leves, moderadamente flexíveis, elásticas e resistentes.
Devido a esta "técnica" de dispersão de semente são plantas que se reproduzem e propagam com muita facilidade, sendo actualmente consideradas "pragas" e estando proibido por lei a sua plantação. No entanto, devido ao seu rápido crescimento não deixam de ser excelentes árvores de sombra, principalmente em habitações, pois atingem rapidamente os 15-30 metros.

5 comentários:

Vera F. disse...

"libertação/dispersão de sementes". Sementes? Tens a certeza?


Não será antes pólen?

SARA TEIXEIRA disse...

Nas pesquisas que fiz, foi o que encontrei!Em nenhum artigo falavam de libertação de pólen... Mas não posso garantir que não o seja! Terei que fazer uma pesquisa mais intensiva! Assim que tiver noticias, digo!

Beijinhos, Vera!

Vera F. disse...

Também já pesquisei na internet e não cheguei a nenhuma conclusão! Vou tentar em bibliografia mais precisa... o que penso é que as flores masculinas têm uma floração antes das femininas (como nas aveleiras)... o pólen fecunda os óvulos dos ovários das femininas para depois se obterem sementes... o que achas?
Bjs, Sara!

SARA TEIXEIRA disse...

Em novas pesquisas descobri que algumas espécies de choupos florescem entre Fevereiro e Abril. Portanto, se a árvores de que falei forem as mais precoces é provavel que já esteja na fase de libertação de semente...
Mas não estou bem a perceber a tua dúvida... Achas que é cedo para já ter terminado a floração? Achas que não ocorre dispersão de semente nos choupos? Ou achas impossivel o "algodão" ser um "veículo" para a semente?

Ah, no link que pus no post, também falam em invólucro sedoso da semente que se liberta nesta época do ano... De qualquer forma nem tudo o que sai nos jornais é totalmente verdadeiro, n é? Acho normal duvidares da veracidade do artigo...;)

Beijinhos

P.S. De momento não tenho nada perto de mim que me permita aprofundar esta pesquisa...Mas assim que tiver oportunidade vou pesquisar!

Vera F. disse...

Não estou a duvidar de ti... já o do jornal, hmmm!

mas acho um pouco cedo demais para haver libertação de sementes...

Beijinhos